Ação
Na acção, o Rei D. JoãoV , Baltasar, Blimunda e Bartolomeu
Lourenço protagonizam as diversas acções que se entretecem em Memorial do Convento.
A acção principal é a
construção do convento de Mafra. Esta resulta da reinvenção da História pela
ficção. Situa-se no inicio do séc. XVIII, encontrado-se enlaçados dados
Históricos, como o da promesssa de D. João V de construir um convento em Mafra,
e o do sofrimento que nele trabalhou. Percebe-se a situação económica e social
do país, os autos de fé praticados pela Inquisição, o sonho e a construção da
passarola pelo padre Bartolomeu, as críticas ao comportamento do clero, os
casamento da infanta Maria Bárbara e do príncipe D. José.
Em paralelo com a acção
principal decorre uma acção que envolve Bartolomeu - Sete Sóis - e Blimunda -
Sete Luas -. São estas personagens que estabelecem o fio condutor da intriga e
que lhe conferem fragmentos de espiritualidade, de ternura, de misticismo e de
magia.
A centralidade
conferida ás obras do Convento e aos espaços sociais de Lisboa ou de Mafra dão
frequentemente lugar a uma intriga de profunda humanidade trágica. As duas
acções voluntariamente surgem em fragmentos que se reconstituem por encaixes
vários e recriam situações, costumes, tradições, ambientes e problemas.
Personagens:
Rei D. João V:
· Rei vaidoso, egocêntrico, megalómano e libertino;
· Rico e poderoso - não sabe o que fazer com tanta
riqueza;
· Arrogante - a vontade do rei é divina;
· Tem " medo de morrer";
· É ridicularizado pelo narrador que recorre à
caricatura e ao tom irónico na sua descrição.
Baltazar:
· Homem do povo nascido em Mafra;
· Não tem a mão esquerda;
· Tem a alcunha de Sete Sóis;
· Apaixonado por Blimunda;
· Sonhador, constrói a Passarola;
· Morre queimado num auto-de fé (54 anos).
Blimunda:
· Mulher misteriosa, fiel, intuitiva e inabalável no
amor;
· Possui o dom da vidência, vê o interior dos corpos;
· Tem a alcunha de Sete Luas;
· Tem uma sabedoria muito própria, é inteligente.
Padre Bartolomeu de Gusmão:
-Sonhador, visionário e
culto;
-Capelão na corte e
amigo de D. João V;
-Nascido no Brasil;
· Possui uma visão muito própria da religião pois:
-Abençoa a relação de Baltazar e Blimunda;
-Aceita o dom de Blimunda;
-É muito ligado à ciência.
· Possui um espírito cientifico que o vai afastando da
igreja progressivamente;
· O seu conhecimento e estudos levam-no a interrogar-se acerca dos dogmas
católicos;
· Tem medo da Inquisição pois está consciente de que fez coisas condenadas
pelo Santo Oficio como, a construção da Passarola;
· Morre louco em Toledo;
Domenico Scarlatti:
-Músico italiano, nascido em Nápoles;
-Talentoso, culto e sonhador;
-Professor de D. Maria Barbara;
-Trava amizade com o Padre Bartolomeu
na corte do rei;
-Tem conhecimento da existência da
Passarola e interessa-se pelo engenho;
-A sua música possui um poder curativo
e inebriante.
O povo:
-Populares anónimos, analfabetos e
oprimidos;
-Trabalhadores humildes;
-Sacrificados e sujeitos à exploração
dos poderosos;
-Elevados a herói pelo narrador.
Na acção, o Rei D. JoãoV , Baltasar, Blimunda e Bartolomeu Lourenço protagonizam as diversas acções que se entretecem em Memorial do Convento.
A acção principal é a construção do convento de Mafra. Esta resulta da reinvenção da História pela ficção. Situa-se no inicio do séc. XVIII, encontrado-se enlaçados dados Históricos, como o da promesssa de D. João V de construir um convento em Mafra, e o do sofrimento que nele trabalhou. Percebe-se a situação económica e social do país, os autos de fé praticados pela Inquisição, o sonho e a construção da passarola pelo padre Bartolomeu, as críticas ao comportamento do clero, os casamento da infanta Maria Bárbara e do príncipe D. José.
Em paralelo com a acção principal decorre uma acção que envolve Bartolomeu - Sete Sóis - e Blimunda - Sete Luas -. São estas personagens que estabelecem o fio condutor da intriga e que lhe conferem fragmentos de espiritualidade, de ternura, de misticismo e de magia.
A centralidade conferida ás obras do Convento e aos espaços sociais de Lisboa ou de Mafra dão frequentemente lugar a uma intriga de profunda humanidade trágica. As duas acções voluntariamente surgem em fragmentos que se reconstituem por encaixes vários e recriam situações, costumes, tradições, ambientes e problemas.
Personagens:
-Aceita o dom de Blimunda;
-É muito ligado à ciência.
Espaço
Memorial do Convento apresenta três tipos de espaço: o espaço físico, o
espaço social, o espaço psicológico. Espaço Físico: São dois os espaços físicos
nos quais se desenrola a acção: Lisboa e Mafra.
Lisboa- Enquanto macroespaço, integra outros espaços Terreiro do Paço Local onde Baltasar trabalha num açougue, após a sua chegada a Lisboa Rossio Este espaço aparece no início da obra como local onde decorre o auto-de-fé S. Sebastião da Pedreira Espaço relacionado com a passarola do Padre Bartolomeu de Gusmão e com o carácter mítico da máquina voadora
Lisboa- Enquanto macroespaço, integra outros espaços Terreiro do Paço Local onde Baltasar trabalha num açougue, após a sua chegada a Lisboa Rossio Este espaço aparece no início da obra como local onde decorre o auto-de-fé S. Sebastião da Pedreira Espaço relacionado com a passarola do Padre Bartolomeu de Gusmão e com o carácter mítico da máquina voadora
Rossio – Auto-de-fé Gravura do séc. XVIII
O alto da Vela foi o
local escolhido para a construção do convento. - Nas imediações da obra, surge
a “Ilha da Madeira”, onde começaram por se alojar dez mil trabalhadores,
chegando, mais tarde, a quarenta mil. Além de Mafra, são referidos os espaços
de Pêro Pinheiro, serra do Barregudo, Monte Junto e Torres Vedras. Nota : as
referências ao Alentejo apresentam um espaço povoado de mendigos e de
salteadores. Mafra É o segundo macroespaço
Espaço Social – Lisboa e Mafra O espaço social é construído através do
relato de determinados momentos e do percurso de personagens que tipificam um
determinado grupo social. Destaque:
1- Procissão da Quaresma – caracterização da cidade de Lisboa; excessos
praticados durante o Entrudo; penitência física; a descrição da procissão; as
manifestações de fé que tocavam a histeria com os penitentes a
autoflagelarem-se.
2- Autos-de-fé (Rossio) – entre os autos-de-fé e as touradas, o povo revela
gosto sanguinário e emoções fortes; a assistência feminina preocupa-se com os
pormenores fúteis e com os jogos de sedução; a morte dos condenados é motivo de
festa.
3- Tourada (Terreiro do Paço) – os touros são torturados, o público exulta
com o espectáculo.
4- Procissão do Corpo de Deus – as procissões caracterizam Lisboa como um
espaço caótico, cujo ritual tem um efeito exorcizante.
5- O trabalho no Convento – Mafra simboliza o espaço da servidão desumana a
que D. João V sujeitou o seu povo (cerca de 40 mil trabalhadores).
6-A miséria do Alentejo – este espaço associa-se à fome e à miséria.
Espaço Psicológico:
-O espaço psicológico é constituído pelo conjunto
de elementos que traduz a interioridade das personagens. Revela-se através dos
sonhos e dos pensamentos.
Tempo :
O fluir do tempo , mais do que através da recorrência a marcos cronológicos
específicos, é sugerido pelas transformações sofridas pelas personagens. - tempo
da história (tempo diegético) - tempo do discurso.
Tempo Diegético - Trata-se do tempo histórico em que decorre a acção (1711 a 1730). A acção tem início no ano de 1711 : ”S. Francisco andava pelo mundo, precisamente há quinhentos anos, em mil duzentos e onze…” Datas: 1711 – promessa de construção do convento. 1716 – bênção da primeira pedra. 1717 – Baltasar e Blimunda regressam a Lisboa. 1719 – casamentos de D. José e de Maria Bárbara. 1730 – sagração do convento. 1739 – fim da acção, quando Blimunda vê Baltasar a ser queimado.
Tempo do Discurso - Por tempo do discurso entende-se aquele que se detecta no próprio texto organizado pelo narrador, através da forma como relata os acontecimentos. Pode ser apresentado de forma linear, e ou com recurso a analepses e prolepses.
Tempo Diegético - Trata-se do tempo histórico em que decorre a acção (1711 a 1730). A acção tem início no ano de 1711 : ”S. Francisco andava pelo mundo, precisamente há quinhentos anos, em mil duzentos e onze…” Datas: 1711 – promessa de construção do convento. 1716 – bênção da primeira pedra. 1717 – Baltasar e Blimunda regressam a Lisboa. 1719 – casamentos de D. José e de Maria Bárbara. 1730 – sagração do convento. 1739 – fim da acção, quando Blimunda vê Baltasar a ser queimado.
Tempo do Discurso - Por tempo do discurso entende-se aquele que se detecta no próprio texto organizado pelo narrador, através da forma como relata os acontecimentos. Pode ser apresentado de forma linear, e ou com recurso a analepses e prolepses.
O Narrador
Homodiegético:
· Fala na 1ªpessoa, dialoga com outras personagens;
· Ex : o fidalgo do cortejo do casamento dos príncipes
(que explica a João Elvas o que se vai passando) e Manuel Milho.
Heterodiegético:
· Está fora da história que narra;
· Fala na 3ª pessoa;
· Descreve, sentencia, profetiza.
--> Em Memorial do Convento, o narrador conta a história com apartes e comentários:
· Com uma voz distanciada e impessoal;
· Com uma voz intemporal, comentando os acontecimentos
do passado à luz do presente;
· Apresentando marcas da oralidade;
· Como se estivesse dentro e fora das personagens
(omnisciente).
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