Memória ao conservatório real
O Conservatório de Arte Dramática foi criado pela rainha D. Maria II por um decreto de 15 de novembro de1838. Ficou estabelecido que este incluiria escolas de Artes Dramáticas, Música, Dança, Mímica e Ginástica Especial.
A Memória ao Conservatório Real foi lida, por Almeida Garrett, em conferência no Conservatório Real deLisboa, a 6 de maio de 1843, a propósito do Frei Luís de Sousa.
Nessa altura, também o texto de Frei Luís de Sousa foi dito a uma só voz, a de Garrett, para os seus paresdo Conservatório. O próprio Almeida Garrett reconheceria, mais tarde, que o facto de o seu drama ter tido"favorável juízo do Conservatório" ajudou a que começasse a ser "benquisto do público antes ainda de lhe ser apresentado".
Na Memória ao Conservatório Real, Almeida Garrett compara "a desesperada resignação de Prometeu" e osremorsos de Édipo nas tragédias da antiguidade clássica e conclui que não são superiores aos "tormentosde coração e de espírito" que aqui padece Manuel de Sousa Coutinho, "o amante delicado, o paiestremecido, o cristão sincero e temente do seu Deus". Compara ainda os terrores de Jocasta (que "fazemarrepiar as carnes, mas são mais asquerosos do que sublimes") com a dor, a vergonha, os sustos de D.Madalena de Vilhena que "revolvem mais profundamente no coração todas as piedades".
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