quarta-feira, 19 de novembro de 2014

"D. TAREJA"
As nações todas são mysterios.
Cada uma é todo o mundo a sós.
Ó mãe de reis e avó de imperios,
Vella por nós!

Teu seio augusto amamentou
Com bruta e natural certeza
O que, imprevisto, Deus fadou.
Por elle resa!

Dê tua prece outro destino
A quem fadou o instincto teu!
O homem que foi o teu menino
Envelheceu.


Mas todo vivo é eterno infante
Onde estás e não ha o dia.
No antigo seio, vigilante,
De novo o cria!

O poema D. Tareja enquadra-se na primeira parte da Mensagem, o Brasão
(os construtores do império) corresponde ao nascimento, com referência à mitose figuras históricas, identificadas nos elementos dos brasões. Dá-nos conta que Portugal erguido pelo esforço dos heróis e destinados a grandes feitos. É a parte onde Pessoa apresenta a proposta portuguesa ao mundo.D. Tareja mais não é que a fonia medieva de D. Teresa, mãe de Afonso Henriques e por isso começo e origem de Portugal, pelo menos simbolicamente. Poema constituído por 4 quadras.

A primeira quadra do poema:
Cada nação é um mundo a sós, que todas são mistérios: o mistério é o destino que espera ser cumprido no futuro.
A mãe de reis e avó de impérios é o começo do revelar desse mistério: D. Teresa é mãe de reis D. Afonso Henriques, e avó de impérios a partir de Afonso, a ideia de Império começa-se a formar.
A segunda quadra do poema;
D. Teresa amamentou com seio augusto D. Teresa era filha do rei de Leão e
Castela D.Afonso VI com bruta e natural certeza, o que, imprevisto, Deus fadou: refere-se aos conflitos que depois de criado D. Afonso Henriques este se virou contra a sua mãe e não desistiu mesmo coma probabilidade do seu fracasso.
A terceira quadra do poema:
Crítica social aos anos de 1930.
Que a tua prece nos guie em melhor direcção, do que aquela que seguimos por ordem de quem deu seguimento ao caminho que tu iniciaste.
O teu menino envelheceu poderá significar a memória e a vontade de luta e orgulho português que se vão desvanecendo, referindo-se um pouco ao episódio do mapa cor-de-rosa.
A quarta quadra do poema:
A quarta quadra confirma a 3ª: todo o vivo é eterno infante quer dizer que a esperança nunca deve ser perdida, devemos lutar pelos nossos objectivos, voltar á origem, infante ou original. 
Faz uma prece a D. Teresa já que deu à luz o 1º rei de Portugal, que sirva de modelo para aclamar de novo o orgulho e ambição dos portugueses para poderem ser maior do que o que podem ser


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