Esta conspiração está presente no livro Felizmente há luar de Luís
Sttau Monteiro. A história deste livro divide-se em 2 tempos: tempo de escrita ano de 1961, e tempo de história séc.XIX (1817), tempo em que se começa a notar a imposição do regime
liberal, ou seja, defende a liberdade individual
mediante o exemplo dos direitos e da lei. Vamos então concentrar-nos neste. A figura central desta
conspiração foi o General Gomes Freire de Andrade que como diz o próprio livro:
que está sempre presente embora nunca apareça. Gomes Freire era amado por uns
e odiado por outros, é acusado de chefe da revolta, de estrangeirado (pois
serviu entre 1807 e 1814 o País que tinha ocupado o seu, a França), ogrão-mestre
da Maçonaria e por ser um soldado brilhante e idolatrado pelo povo. Agora o que
foi a conspiração de 1817?General Gomes
Freire era como a figura de referência para fortalecer o movimento. A
Viscondessa de Juromenha tornou-se a principal figura no ajuste da
conspiração, ao contrário do que os liberais pretendiam. Entretanto na
tentativa de aliciarem gente, os conjurados (ou seja, conspiradores) aumentavam em muito a força do seu movimento, e o reduzido número de conjurados, a ligeireza com que muitos se conduziram
e a sua pouca implantação fora do exército fizeram com que
rapidamente se soubesse da conspiração. Muitos dos conjurados eram apenas
agentes provocadores que mantinham informada D.Maria da Luz, a Viscondessa de
Juromenha, e também, o Marechal Beresford(que era um militar britânico e depois
passou a marechal-general do exército Português).O Marechal Beresford
estava de partida para o Rio de Janeiro, pois D.João VI tinha acabado de ser aclamado Rei, onde ia tentar
conseguir apoio do Rei na sua luta contra a regência. Enquanto o Marechal
viajava, deixou agentes incumbidos de agirem, e fazer uma lista exaustiva dos
conjuntos e tipos de adesão e das suas intenções ao movimento. Beresford
convocou algumas personalidades de confiança, entre eles o Visconde de Santarém,
a quem foram apresentados os documentos que tinham sido associados à conspiração.
A decisão foi de apresentar a documentação à regência, o que ocorreu em 23 de Maio de 1817. A regência imediatamente se assegurou da posição do exército e do apoio do
general Paula Leite, encarregue do governo das armas da corte e província
da Estremadura, emitiu ordens de prisão contra Gomes Freire e diversos
oficiais civis. Gomes Freire de Andrade, ao notar a movimentação das tropas, os
ruídos das armas e das patas dos cavalos, pensou tratar-se da revolução em
marcha, fardou-se, esmaltou o peito e esperou, a sua porta foi arrombada,
a casa invadida pela tropa e com uma ordem de prisão. Alguns dos conjurados passaram a delatores e como
o maior alvo era Gomes Freire de Andrade, as testemunhas serviram para o
tornar o grande culpado. Nunca se soube ao certo o real envolvimento do Gomes
Freire na conspiração, como também não se conhecem exatamente os objetivos
dos conspirados, se é que havia um objetivo comum. Gomes Freire foi condenado à morte com baraço e pregão e
executado em S.Julião da Barra, a 18 de Outubro de 1817, os restantes 11
foram executados no Campo de Santana, hoje Campo dos Mártires da Pátria. A
lentidão do suplicio, e o ter-se prolongado pela noite, deu origem à frase “Felizmente há luar” de Miguel Pereira Forjaz.
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