quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Conspiração de 1817
Esta conspiração está presente no livro Felizmente há luar de Luís Sttau Monteiro. A história deste livro divide-se em 2 tempos: tempo de escrita ano de 1961, e tempo de história séc.XIX (1817), tempo em que se começa a notar a imposição do regime liberal, ou seja, defende a liberdade individual mediante o exemplo dos direitos e da lei. Vamos então concentrar-nos neste. A figura central desta conspiração foi o General Gomes Freire de Andrade que como diz o próprio livro: que está sempre presente embora nunca apareça. Gomes Freire era amado por uns e odiado por outros, é acusado de chefe da revolta, de estrangeirado (pois serviu entre 1807 e 1814 o País que tinha ocupado o seu, a França), ogrão-mestre da Maçonaria e por ser um soldado brilhante e idolatrado pelo povo. Agora o que foi a conspiração de 1817?General Gomes Freire era como a figura de referência para fortalecer o movimento. A Viscondessa de Juromenha tornou-se a principal figura no ajuste da conspiração, ao contrário do que os liberais pretendiam. Entretanto na tentativa de aliciarem gente, os conjurados (ou seja, conspiradores) aumentavam em muito a força do seu movimento, e o reduzido número de conjurados, a ligeireza com que muitos se conduziram e a sua pouca implantação fora do exército fizeram com que rapidamente se soubesse da conspiração. Muitos dos conjurados eram apenas agentes provocadores que mantinham informada D.Maria da Luz, a Viscondessa de Juromenha, e também, o Marechal Beresford(que era um militar britânico e depois passou a marechal-general do exército Português).O Marechal Beresford estava de partida para o Rio de Janeiro, pois D.João VI tinha acabado de ser aclamado Rei, onde ia tentar conseguir apoio do Rei na sua luta contra a regência. Enquanto o Marechal viajava, deixou agentes incumbidos de agirem, e fazer uma lista exaustiva dos conjuntos e tipos de adesão e das suas intenções ao movimento. Beresford convocou algumas personalidades de confiança, entre eles o Visconde de Santarém, a quem foram apresentados os documentos que tinham sido associados à conspiração. A decisão foi de apresentar a documentação à regência, o que ocorreu em 23 de Maio de 1817. A regência imediatamente se assegurou da posição do exército e do apoio do general Paula Leite, encarregue do governo das armas da corte e província da Estremadura, emitiu ordens de prisão contra Gomes Freire e diversos oficiais civis. Gomes Freire de Andrade, ao notar a movimentação das tropas, os ruídos das armas e das patas dos cavalos, pensou tratar-se da revolução em marcha, fardou-se, esmaltou o peito e esperou, a sua porta foi arrombada, a casa invadida pela tropa e com uma ordem de prisão. Alguns dos conjurados passaram a delatores e como o maior alvo era Gomes Freire de Andrade, as testemunhas serviram para o tornar o grande culpado. Nunca se soube ao certo o real envolvimento do Gomes Freire na conspiração, como também não se conhecem exatamente os objetivos dos conspirados, se é que havia um objetivo comum. Gomes Freire foi condenado à morte com baraço e pregão e executado em S.Julião da Barra, a 18 de Outubro de 1817, os restantes 11 foram executados no Campo de Santana, hoje Campo dos Mártires da Pátria. A lentidão do suplicio, e o ter-se prolongado pela noite, deu origem à frase “Felizmente há luar” de Miguel Pereira Forjaz.




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