Revolução Francesa de
1789 e invasões napoleónicas levam Portugal à indecisão entre os aliados
e os franceses. Para evitar a rendição, D. João V foge para o Brasil.
Depois da 1ª invasão, a corte pede a Inglaterra, um oficial para
reorganizar o exército: General Beresford Luís de Sttau
Monteiro denuncia a opressão vivida na época em que escreve esta obra,
isto é, em 1965, durante a ditadura de Salazar. Assim, o recurso à
distanciação histórica e à descrição das injustiças praticadas no início
do século XIX, permitiu-lhe, também, colocar em destaque as injustiças
do seu tempo.
A obra "Felizmente há luar"
é uma peça épica, inspirada na teoria marxista, que apela à reflexão,
não só no quadro da representação, como também na sociedade em que se
insere. O teatro de Brecht pretende representar o mundo e o homem em
constante evolução de acordo com as relações sociais. Estas
características afastam-se da concepção do teatro aristotélico que
pretendia despertar emoções, levando o espectador a identificar-se com o
herói.
O teatro moderno tem
como preocupação fundamental levar os espectadores a pensar, a
reflectir sobre os acontecimentos passados e a tomar posição na
sociedade em que se insere. Surge assim a técnica do distanciamento que
propõe um afastamento entre o actor e a personagem e entre o espectador e
a história narrada, para que, de uma forma mais real e autêntica possam
fazer juízos de valor sobre o que está a ser representado. Luís Sttau
Monteiro pretende, através da distanciação, envolver o espectador no
julgamento da sociedade, tomando contacto com o sofrimento dos outros.
Deste modo o espectador deve possuir um olhar crítico para melhor se aperceber de todas as formas de injustiça e opressões.
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